Exu é aquele que tem a cabeça afiada como a ponta de um obé.
Ifá nos conta que sobre a cabeça desse orixá não repousam fardos, ele é um único corpo, um ser integral, que sente/age e reverbera as potências criativas do ser supremo em seu todo.
Exu, quando se parte, é porque de seus pedaços emergirá um novo ser, tão completo e integral como aquele que havia antes.
Ele é o movimento primordial, de tempos remotos, antes mesmo da criação do universo, o dinamismo dessa força gerou a primeira matéria, um ponto concentrado que se materializou imantando toda a força propulsora.
Esse ponto concentrado, materialização da potência de Exu, não suportou conter toda a força criativa e explodiu.
Da própria energia da explosão gerou-se o movimento de ordenação do universo.
Dos pedaços estilhaçados por todo o infinito nasceram novas criações, a reverberação desse evento gerou a possibilidade do acontecer, do devir.
É por isso que Exu é lido como a espiral do tempo, o primeiro corpo, aquele que é dotado de inteligibilidade, que atravessa tudo e todos, pois é o próprio acontecimento em si.
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