O corpo, princípio de Exu, é esfera mantenedora de potências múltiplas, o poder que o incorpora o transforma em um campo de possibilidades.
O corpo em performance nos ritos se mostra como arquivo de memórias ancestrais, um dispositivo de saberes múltiplos que enunciam outras muitas experiências.
Assim, o saber corporal, inteligibilidade e motricidade emanada dos suportes físicos revelam o elemento e núcleo responsável pelas manifestações e reproduções das sabedorias negro-africanas transladadas e ressignificadas na diáspora.
O saber corporal constitui-se como o núcleo de uma série de ações inscritas enquanto estratégias, cuja finalidade é a edificação de espaços onde as identidades sejam vigoradas.
Assim, nas práticas cotidianas, as ações advindas dessa sabedoria operam na tessitura de identidades reivindicadas a partir de seu próprio núcleo.
Esse processo enuncia identidades corpóreo-gestuais.
Nessas vias, as dimensões dos ritmos corporais e a movimentação gestual apontam as encruzilhadas em que as culturas negras estão lançadas. Encruzas essas que alinhavam os permanentes conflitos, embates, adaptações e negociações em que esses saberes estão lançados.
O arrebate do corpo a partir de Exu, bem como a emergência e a credibilização dos seus saberes implicam no exercício de rolês epistêmicos movimentos que nos deslocam ao encontro de caminhos pluriepistêmicos e polirracionais.
Esses cursos, cruzados e imantados pelo axé de Exu, se atam de forma ética/estética às orientações antirracistas/decoloniais, e se entrecruzam compartilhando o ideal de uma transformação radical implicado na luta pela equidade.
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